A importância de uma nutrição adequada no tratamento oncológico
11/04/2019

A importância de uma nutrição adequada no tratamento oncológico

Atenção aos hábitos alimentares pode trazer uma melhora na qualidade de vida dos pacientes oncológicos

 

Cuidados

     Pacientes com câncer precisam de cuidados especiais com a alimentação para evitar a perda de peso, diminuir os efeitos colaterais relacionados ao tratamento e os riscos da desnutrição. No início do tratamento oncológico, os pacientes são orientados sobre a importância de manter uma alimentação saudável durante este período.

     Todos que passam por este processo, são avaliados e orientados, que o tratamento pode ocasionar efeitos colaterais, e que uma alimentação balanceada para cada situação pode ajudar amenizar os sintomas e a manter uma melhor qualidade de vida. “É comum ocorrer alguns efeitos colaterais após realizar o tratamento, o serviço de nutrição no ambulatório, fica disponível para avaliação e orientação, já que esses efeitos colaterais do tratamento podem interferir na alimentação. Algumas dicas simples ou modificações na alimentação já podem auxiliar na melhora do quadro clínico do paciente”, aponta Leila Júlio Viana (CRN/4131), nutricionista do serviço de oncologia no HSJosé.

Ainda segundo a nutricionista, no momento da consulta também é possível tirar algumas dúvidas relacionadas à alimentação do paciente oncológico e esclarecer as dúvidas que surgirem. Uma dieta com restrições excessivas, muitas vezes é desnecessária e pode fragilizar ainda mais a saúde do paciente durante o tratamento. Na consulta, também é reforçada a importância do consumo de líquido, pois auxilia no processo de eliminação dos resíduos dos medicamentos.

 

Fatores influenciadores

 

     De acordo com a nutricionista, são vários os fatores que interferem na nutrição dos pacientes oncológicos, como o crescimento do tumor e o tratamento empregado, estes, ocasionam alterações metabólicas e o aumento da necessidade energética. “A localização do tumor pode comprometer o reflexo de mastigação e deglutição do alimento, como também durante o processo podem surgir diversos efeitos colaterais do tratamento empregado como anorexia (falta de apetite), astenia (fraqueza), enjoos e vômitos, alterações de paladar, xerostomias (boca seca), diarreia ou constipação, mucosite (lesões orais), entre outros. Todos estes fatores comprometem a alimentação do paciente, levando consequentemente a perda de peso”, destaca Leila.

     O profissional nutricionista deve estar atento a esses sintomas e saber orientar corretamente o paciente diante de cada situação. Assim é possível, em um curto espaço de tempo, reverter o quadro e melhorar prognóstico do paciente, sem comprometer o tratamento.

     Algumas pessoas têm dificuldades de suprir suas necessidades apenas com a alimentação, necessitando de terapia nutricional via oral, os chamados suplementos orais. Estes suplementos auxiliam no maior aporte de energia, proteínas, vitaminas e minerais que o paciente necessita na prevenção da perda de peso indesejada, para recuperação do estado nutricional e melhora do apetite, decorrentes da doença e/ou tratamento. Alguns destes suplementos ainda são formulados para auxiliar no controle da diarreia, constipação ou outro efeito colateral do tratamento. Sendo este, um bom aliado no tratamento destes pacientes.

     Algumas pessoas em tratamento necessitam também de terapia nutricional enteral (comumente chamada de alimentação por sonda), utilizado por pacientes quando a ingestão oral de calorias e nutrientes são insuficientes para suprir suas necessidades. Isso pode acontecer por limitação mecânica para mastigação e deglutição, decorrentes da localização do tumor ou no pós-operatório, por período provisório até que esta limitação se reestabeleça. Nestes casos, a nutricionista deve realizar toda a avaliação nutricional do paciente e juntamente com o médico responsável analisar qual a melhor conduta a ser seguida.

     Estas terapias, auxiliam na recuperação do estado nutricional do paciente, melhora seu prognóstico clínico e reduz as readmissões hospitalares.

A nutricionista aponta ainda que: “uma alimentação saudável, com consumo adequado de frutas e verduras e em alimentos ricos em fibras, como também uma alimentação pobre em gorduras saturadas e hidrogenadas, e alimentos industrializados (ricos em corantes, conservantes, sódio e açúcar), controle no consumo de bebidas açucaradas (refrigerante), carnes vermelhas e embutidos (salsicha, mortadela, presunto, entre outros), devem ser mantidos desde a infância servindo como medida preventiva para o surgimento das doenças crônicas não transmissíveis, como o câncer”, finaliza Leila.

 

Dicas para minimizar náuseas e enjoos, decorrentes do tratamento oncológico

 

- Aumentar o fracionamento das refeições,

- Reduzir o volume das mesmas,

- Comer devagar; não ficar muito tempo sem se alimentar,; já que quanto mais o paciente ficar em jejum, mais enjoado ele ficará;

- Realizar as refeições em locais arejados, evitando odores fortes; Alimentos a temperatura ambiente ou gelados são mais tolerados neste período;

- Preferir alimentos de fácil digestão, evitando comidas gordurosas, frituras, muito temperadas, ácidas, doces e café;

- Mastigar ou chupar gelo antes das refeições, pode amenizar os enjoos;

- Ingerir sucos de frutas cítricas (laranja, limão, abacaxi) é bem tolerado.

Notícias São José