HSJosé: comunicação alternativa segue como aliada na humanização dos atendimentos
15/03/2022

HSJosé: comunicação alternativa segue como aliada na humanização dos atendimentos

A humanização, o cuidado e a preocupação com o bem-estar do paciente sempre estiveram presentes no trabalho desenvolvido no Hospital São José de Criciúma. Cada ação ou iniciativa realizada tem o propósito de levar saúde, porém sem esquecer o lado humano em todas as coisas. É por isso que desde 2020, especialmente com a vinda da pandemia da Covid-19, um trabalho importante voltado à comunicação alternativa vem sendo realizado na instituição. Há quase dois anos foi desenvolvido uma nova forma de se comunicar com a utilização da Comunicação Alternativa em tablets ou pranchas de comunicação impressa.

“Esta ideia surgiu durante os atendimentos terapêuticos ocupacionais com pacientes internados nas clínicas, UTIs e isolamentos (Covid-19). Começamos a observar as dificuldades e o sentimento de frustação que a equipe tinha de não conseguir entender ou compreender as necessidades de alguns pacientes que fazem uso da traqueostomia, patologias ou procedimentos que limitam ou impedem a comunicação verbal”, explica a terapeuta ocupacional do HSJosé, Angela Cristina Eduardo.

Este ano, o trabalho passou a ser ampliado também para outras áreas e as pranchetas, especialmente as que contém as letras do alfabeto, disponibilizadas em outros setores. “Tivemos um exemplo de uma paciente entubado em traqueostomia. Após tirarmos a sedação dele, a prancheta foi uma forma que encontramos dele conseguir se comunicar, de verificar como está se sentindo, quais suas vontades. Dessa forma conseguimos entender melhor o que o paciente deseja, ele se sente mais tranquilo porque pode se expressar e nós conseguirmos entender o ele deseja”, explica o enfermeiro da Unidade de Terapia Intensiva do HSJosé, Romildo Ataíde.

 

Importância para a comunicação com o paciente

De acordo com a psicóloga do HSJosé e mestre em saúde coletiva, Fernanda de Souza Fernandes, a psicologia vê a comunicação alternativa como um instrumento que facilita a nossa conexão com as necessidades do paciente. “Nós sabemos que a comunicação alternativa é um sistema integrado com componentes que facilitam a comunicação para saber o que a pessoa sente, o que ela deseja, aquilo que ela quer para aquele momento ou momentos posteriores, ou para ela entender o que está acontecendo, o que está sendo feito com ela”, explica a especialista.

Segundo Fernanda, em um processo de recuperação de um paciente que está com dificuldade de se comunicar, é esperado reações de angústia, desconforto e o medo de que as pessoas não estejam entendendo o que elas estão vivendo, sentindo e passando naquele momento. “A comunicação alternativa facilita que a pessoa se sinta compreendida, sinta que quem está lhe cuidando está percebendo o que ela está precisando, mesmo que aquela necessidade não possa ser atendida naquele momento. Isso é essencial, pois proporciona tranquilidade, traz sensação de segurança, e alívio para o sofrimento físico, já que a pessoa relaxa. A comunicação alternativa aproxima o paciente da equipe que o atende favorecendo o vínculo, e, para nós, vínculo também é remédio”, garante Fernanda.

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