Epilepsia, um alerta e cuidado do bebê ao idoso
02/04/2019

Epilepsia, um alerta e cuidado do bebê ao idoso

O que é

 

     A Epilepsia é uma doença crônica que atinge cerca de uma a cada 100 pessoas.

 

O problema é uma descarga anormal de neurônio, células que compõem o cérebro. Quando estes sinais elétricos ou impulsos se comunicarem de forma errada, surgem os sintomas da epilepsia, problema neurológico que causa as crises epiléticas. O tipo mais comum é a crise epilética é a convulsiva

     Alguns estudos apontam que este tipo de distúrbio atinge principalmente a população mais jovem, porém, alguns estudiosos já demonstram que a incidência da doença em idosos tem se tornado mais frequente nos últimos anos.

     Especialistas alertam também, que quanto maior o tempo de vida, maiores são as chances de aparecerem doenças na chamada terceira idade, bom por um lado e preocupante por outro, já que alguns problemas de saúde a epilepsia, por exemplo, podem aparecer nesta população com mais frequência.

 

 

Causas

Dra Gisele de Medeiros é médica neurologista no HSJosé e afirma que a doença pode apresentar inúmeras causas; pois podem variar com o tipo de epilepsia e idade do paciente.

“A diferença vem da idade e do histórico muitos vezes. Em crianças, por exemplo, a falta de oxigênio no cérebro durante o parto pode ser um fator indicativo de epilepsia; mas as alterações que existem desde o nascimento dos são causas frequentes de epilepsia.

     Em idosos o problema pode ser identificado de outra forma, por acidente vascular cerebral por exemplo – AVC ou tumores cerebrais. Mas existem outros causas que precisam ser identificadas pelo especialista”, aponta a neurologista.

 

 

Características das Crises

Para identificar com mais facilidade uma crise, é possível identificar algumas características quando o paciente apresentar tremores musculares com muita frequência, saliva de forma excessiva, morde a língua e pode até perder urina e fezes.

Outras situações de crises nem sempre podem ser percebidas, pois as manifestações são muito sutis, como olhar parado e movimentos automáticos.

     Em crianças estas manifestações podem ocorrer na forma de piscar de olhos continuamente ou movimentos automáticos das mãos. Somente quando as crianças apresentam um rendimento inferior ao que deveria na escola, é que a situação é reconhecida.

Qualquer observação de anormalidade no comportamento e desempenho da criança, adulto ou idoso, quanto à parte neurológica a consulta com o médico especialista precisa acontecer.

 

 

Diagnóstico

     O histórico do paciente sempre será um fator determinante para avaliação. Dados e todas as informações sobre as crises precisam ser repassadas para o médico, entre outros fatores também como início dos sintomas, histórico familiar entre outros.

     A solicitação de exames de diagnóstico também é fundamental para a identificação do problema, e para saber qual tratamento seguir a partir de então. “Exames como eletroencefalograma, tomografia de crânio e a ressonância magnética do cérebro, podem auxiliar o médico no diagnóstico apropriado da epilepsia e do tipo de crise apresentado pelo paciente, para que o (a) neurologista possa escolher o tratamento adequado”, explica Dra Gisele.

 

Tratamento

    Para o tratamento de crises epilépticas, na maioria dos casos, se faz necessário o uso de medicações específicas, denominadas fármacos antiepilépticos. Atualmente, já existe uma lista bastante extensa de medicamentos disponíveis para o tratamento da desta patologia; porém, é sempre importante lembrar, que todo medicamento deve ser indicado por um médico especialista.

De acordo com a especialista, cerca de dois terços da população que apresenta crises epiléticas, com o uso de medicação tem suas crises controladas podendo levar uma vida normal; apenas um terço continua tendo crises.   

Quando o diagnóstico é realizado de forma correta, as crises identificadas e o tratamento iniciado como realmente precisa, o paciente pode realizar tarefas como já fazia e retomar sua vida normalmente.

 

A epilepsia em Idosos

(complementar)

         A epilepsia pode afetar a vida do idoso quando este costuma realizar algumas atividades consideradas de risco. Quando existe a possibilidade de convulsão, alguns cuidados devem ser tomados, pelos riscos de se ferir gravemente. “As pessoas que já tiveram crise epilética, precisam estar atentas a algumas atividades como: dirigir veículos, fazer atividades em altura, ficar muito tempo na frente de um fogão, controlar máquinas em indústrias etc. Estas atividades devem ser evitadas, pois se o paciente tiver uma convulsão, pode se machucar ou machucar outras pessoas. Como as chances de ter uma próxima convulsão é geralmente em até seis meses, este é o prazo para tomar cuidados quanto às atividades de risco”, aponta Gisele.

 

Casos

    De acordo com pesquisas americanas relacionadas ao tema, após os 55 anos há um aumento de casos de epilepsia, e após os 75 anos a cada 100.000 pessoas, 139 apresentam o distúrbio, atingindo principalmente os homens.

A médica explica ainda que, no Brasil 10% dos casos diagnosticados já estão fazendo uso de antiepiléticos. “Em muito a casos é necessário uso de anticonvulsivantes, por algum tempo ou às vezes até para sempre, porém, geralmente o uso destes remédios não interfere na vida cotidiana do paciente. Devemos lembrar que geralmente essas pessoas estão em uso de outros remédios, tipo medicamentos para colesterol, diabetes, hipertensão, cardiopatias, entre outros”, explica.

     Contudo, diversas situações dificultam o diagnóstico da epilepsia em idosos, entre eles a pouca importância dada às crises, pois na grande maioria das vezes, as crises acontecem durante outra doença mais grave, e também pela pouca informação sobre os sintomas. Vários fatores tornam o diagnóstico das convulsões e da epilepsia em idosos difícil. Por isso é preciso prestar bastante atenção quando situações diferentes do cotidiano deste paciente começam a aparecer.

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