Dia da Mulher: Irmãs do HSJosé demonstram a força e a coragem de estarem à frente de uma instituição de Saúde
08/03/2022

Dia da Mulher: Irmãs do HSJosé demonstram a força e a coragem de estarem à frente de uma instituição de Saúde

Imagine um hospital coordenado na sua maioria por mulheres, mulheres que dedicam a sua vida ao próximo, que escolheram seguir a vida religiosa, mas não deixaram de lado a força e a coragem de manter uma instituição como o Hospital São José de Criciúma de pé, sustentável e de portas abertas à comunidade que dele precisa. Cada uma das Irmãs Escolares de Nossa Senhora que residem e trabalham no HSJosé tem um papel importante para a instituição. São histórias que se cruzam e se unem em prol do bem comum e do próximo e que fazem a diferença para a comunidade. No Dia Internacional das Mulheres, vale o reconhecimento aquelas que todos os dias vivem e trabalham em benefício das pessoas.

 

“Cargos só tem sentido se cumprem uma missão”

Nascida em uma comunidade no interior do município de Águas Mornas, Santa Isabel, em uma família simples e humilde, mas de muita fé e fraternidade, Irmã Isolene Lofi há oito veio para o HSJosé, e assumiu um grande desafio que iniciou no Centro de Pesquisa e segue atualmente na direção da entidade. “Somos em seis irmãos, sendo eu a mais velha. Já estou completando 37 anos de vida religiosa. Aqui no Hospital São José estou há oito anos, iniciando os trabalhos no Centro de Ensino e Pesquisa. No final de 2018 assumi a direção geral da Instituição. E como não havia trabalhado em hospital antes, foi bastante desafiador o início, uma vez que trabalhei durante 30 anos na educação. Mas para quem se dispõe a aprender o novo pode ser assustador, mas não impede de caminhar”, explica Irmã Isolene Lofi.

A rotina de Irmã Isolene inicia cedo com oração e missa em comunidade, seguido do café e, logo após às 8h, já segue ao trabalho. “Tenho o intervalo do meio dia para o almoço e às 13h15min retorno ao trabalho que vai até o início da noite, ou, quando temos reuniões, pode se estender até mais tarde. Encerro o dia com oração em comunidade, agradecendo o dia, as experiências vividas e lembrando todos que circulam em nosso hospital, para que a oração chegue a eles”, comenta a religiosa.

De acordo com a religiosa, quanto ao serviço na direção hospitalar, é desafio e dom. “Eu como mulher ocupando um espaço que na maioria das vezes é ocupado por homens, mostra que vale a pena lutar e empoderar-se sem perder a delicadeza, e a firmeza que transformam. Sou uma pessoa muito feliz e também realizada, se assim não fosse talvez não estaria aqui. Opções de vida, cargos só tem sentido se cumprem uma missão, ou seja, a primeira é escolha e quem escolhe por livre vontade e com maturidade, sabe que haverá riscos, mas não terá medo de enfrentá-los”, comenta. “O cargo para mim é consequência da escolha, por isso deve ser exercido com responsabilidade que é inerente a qualquer serviço, seja ocupando um cargo ou não. Eu sou responsável no espaço onde transito. Já tive muitas conquistas algumas foram com mais dificuldade, outras foram menos difíceis, mas em todas me senti muito agradecida”, complementa a diretora.

 

“O mundo precisa de boas e corajosas mulheres”

Irmã Terezinha Buss desde 1977 dedica seus dias ao HSJosé. Hoje ocupando o cargo de vice-diretora e diretora financeira, é uma das mulheres fortes que se dedicam à instituição. “Nasci no Rio Fortuna, filha de pais colonos e junto com meus oito irmãos aprendi a trabalhar desde cedo na roça, a fazer a limpeza da casa, a brincar e a estudar. Minha família é bastante religiosa. No colo da mãe e de minha vovó, aprendi as primeiras orações e a cultivar um relacionamento de fé com nosso Papai de Céu.  São lembranças bonitas que ainda hoje me dão força e coragem”, garante Irmã Terezinha.

Na infância, a religiosa estudava em um colégio que ficava há sete quilômetros da sua casa e era dirigido pelas Irmãs Escolares de Nossa Senhora. “Não tenho dúvida que minha vocação foi nascendo desde então.  Nossa caminhada ao colégio era bem divertida. Em tempos difíceis da história caminhávamos rezando o terço e muitas vezes, levantávamos mais cedo para participar da Santa Missa.  Estudei nesse Colégio por sete anos, tempo para amadurecer meu desejo de ser Irmã. Foi em 1969 que deixei minha família, indo para Santo Antônio da Patrulha, no Rio Grande do Sul, para viver esse tempo de preparação para ser irmã”, explica a religiosa.

De acordo com Irmã Terezinha, os primeiros votos foram feitos em fevereiro de 1976. “Quando fiquei Irmã, pelos votos assumi o compromisso de servir onde a congregação precisasse. Assim, em 1977 fui enviada ao Hospital São José. E desde então, exceto sete anos que em parte servi na província e três anos com os mais pobres, estou na instituição. Por esses anos todos posso afirmar que o HSJosé é sem dúvida ‘minha casa’”, garante Irmã Terezinha.

Até hoje, o trabalho no HSJosé foi o único que a religiosa teve contato com a saúde das pessoas, já que também o único hospital da congregação. “A rotina do Hospital é bem especial. Confesso que a confiança em Deus, o bem que se faz aqui, foi e continua sendo o grande motivo de minha vida doada nesse hospital. Sinto uma grande alegria em poder servir. Para mim é uma missão que procuro exercer dando sempre o melhor de mim. Como tantas outras mulheres aqui no hospital tem a importante missão de cuidar dos ambientes, lavar a roupa, cuidar dos doentes, e tantas outras tarefas, que fazem o hospital ser capaz de dar uma resposta positiva frente a tantas necessidades”, garante.

A vida, segundo Irmã Terezinha, é levada como um desafio. “Todos passamos por momentos em que a cruz pesa mais ou menos. No serviço, na doação, na vida de oração encontro o sentido maior de minha vida. E para completar, Deus sempre colocou pessoas boas em minha vida que me fazem olhar além. Minha família também me apoia muito. Tudo para sentir-me realizada e feliz no compromisso assumido”, enaltece. “A história tem a marca de grandes mulheres. Basta olhar Maria, mãe de Jesus e tantas outras mulheres que, com sua vida de doação e serviço, fizeram a diferença para a humanidade inteira. Lembro Madre Teresa, nossa fundadora, que com escassos recursos, foi incansável no serviço aos mais necessitados, ela tinha certeza que formando boas meninas, teria boas mães, de boas mães, boas famílias e de boas, uma sociedade melhor. O Mundo precisa de boas e corajosas mulheres. Que nós mulheres não só nesse dia, mas em todos os dias da vida, façamos a diferença com nosso jeito de ser e de fazer”, complementa a religiosa.

 

 “Nós devemos e precisamos sonhar”

Aos 75 anos, Irmã Felicita Henz é a diretora operacional do HSJosé. Nasceu na cidade de Feliz de uma família católica. “Erámos em oito irmãos, a terceira faleceu quando criança e eu sou a quarta. Somos em cinco mulheres e dois homens. Na minha adolescência, descobri o sentido da vida religiosa conhecendo as irmãs. Aos 14 anos, fui estudar em um internato das Irmãs Escolares de nossa senhora na cidade de Feliz. Ali foi que conheci a vida religiosa. Me lembro muito bem do dia que eu falei para uma irmã que eu também seria religiosa. E assim foi o encanto”, explica.

Em 1961 Irmã Felicita entrou no Juvenato e 1967 no noviciado e 1968 fiz os primeiros votos. São 54 anos de vida religiosa. “Sou formada como professora e em 1974 fui transferida para o Pará, lá fiquei por mais de 20 anos trabalhando na educação e também na pastoral. Trabalhei lá também como secretária de educação. Em 2001, com a saúde mais abalada eu voltei para o Sul. Foi quando em fevereiro de 2003 vim para o hospital São José. Não conhecia nada de hospital. Foi uma experiência totalmente nova. Depois que cheguei aqui fiz uma pós-graduação para nos prepararmos melhor e entender melhor a questão da saúde”, comenta.

Desde então, a religiosa permanece na instituição. “Já trabalhei na manutenção, fiz parte da equipe de compras, atualmente responsável pela parte operacional da instituição, mas a responsabilidade maior é com o Plano Saúde São José, se tornou a presidente. Foi muito difícil entender a problemática, do plano, sempre há muitas normas e exigências para se cumprir e coisas diferentes. Todo dia é um novo aprendizado”, garante.

Para Irmã Felicita, as dificuldades fazem parte da vida. “Nasci na cidade de Feliz, meu nome é Felicita e não tem como eu não ser feliz. Todas nós somos mulheres fortes, persistentes, comprometidas com a vida. E nós devemos e precisamos sonhar. Infeliz daquele que não sonha e não vai atrás dos sonhos. Todas nós somos capazes”, complementa.

 

Fé para superar os obstáculos

Além da coordenação dos setores da unidade hospitalar, outro importante papel é desempenhado pelas Irmãs que se dedicam ao trabalho de pastoral, como a Irmã Anselma Bif.

“Sou de uma família de quatro irmãos, dois se tornaram religiosos. Sempre fomos apoiados em nossas vocações pela nossa família. Tivemos uma família muito unida e em 1950 entrei no convento. 10 anos depois, em 1960 fiz os primeiros votos. Ao todo, são 62 anos de vida consagrada”, conta Irmã Anselma que atualmente está com 82 anos.

A religiosa permaneceu por 30 anos como professora em Forquilhinha. “Sempre estive no meio dos pequenos. Depois de 30 anos fui chamada para um trabalho de pastoral no Rio Grande do Sul. Posso dizer que sempre tive muita alegria de estar ao lado dos idosos, de ouvir suas histórias e isso já fiz muito em toda minha vida, especialmente no tempo vivido no Rio Grande do Sul”, comenta a religiosa.

Foi então que, após os 80 anos, resolveu assumir um novo desafio. “Depois dos 80 anos tive a oportunidade de escolher uma comunidade. Foi aí que escolhi o HSJosé, onde pude me encontrar com aqueles que gosto de ter ao meu lado, os doentes, dar uma palavra de conforto, de alegria e também um momento de oração junto deles. Assim comecei meu trabalho no HSJosé. Aqui já encontrei um trabalho belíssimos construído pelas Irmãs e as Samaritanas. Aqui encontrei a Irmã Cristiane Michels que coordena a pastoral hospitalar e a Irmã Gema, onde formamos um trio que fez e faz um trabalho belíssimo com as Samaritanas, visitando os doentes, confortando aqueles que precisam. Como em qualquer vocação sempre existe dificuldade, mas na força e na graça de Deus, qual delas não podem ser superadas?”, finaliza Irmã Anselma.

Atualmente o HSJosé conta com 13 Irmãs Escolares de Nossa Senhora que residem na instituição e que se dividem nas mais diversas funções, sempre buscando levar conforto, trabalho e amor ao próximo.

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